A casa de moda faturou pouco menos de 1,5 bilhão de euros em receitas globais em 2011.
MILÃO, 19 Jul (Reuters) - Os estilistas italianos Dolce & Gabbana fecharam suas lojas de Milão nesta sexta-feira, por um período de três dias, em protesto por terem sido "ridicularizados" após serem condenados por sonegação de impostos, em junho.
As palavras "Fechado por Indignação" foram estampadas na vitrine da loja dos estilistas em uma rua de comércio de luxo em Milão, cidade onde a dupla apresentou sua primeira coleção, em 1985.
Domenico Dolce e Stefano Gabbana receberam penas de prisão de 20 meses por sonegação de impostos relativa aos royalties sobre cerca de 1 bilhão de euros (1,3 bilhão de dólares) recebidos na venda de sua marca para uma holding com sede em Luxemburgo, em 2004. Eles prometeram recorrer.
Seus advogados dizem estar confiantes na derrubada das condenações. É improvável que eles cheguem a passar algum tempo na prisão, dada a complexidade e duração do processo de apelação.
"Nós não estamos mais dispostos a sofrer injustamente as acusações da polícia financeira e da autoridade do imposto de renda, os ataques de ministros e a ridicularização da mídia, a que já somos submetidos há anos", disseram em comunicado.
A dupla afirmou que irá continuar a pagar os salários de seus mais de 250 funcionários em Milão, durante o fechamento temporário de todas as suas nove lojas na cidade.
Transeuntes pararam para ler um artigo exibido na vitrine, no qual um vereador diz que a cidade não deveria permitir que a dupla mostre suas coleções em espaços públicos durante a famosa semana de moda da cidade, em setembro.
"Nós não precisamos ser representados por sonegadores,", disse o vereador Franco D'Alfonso, segundo o artigo.
Famosa por produzir vestidos sensuais e padrões ousados inspirados na Sicília natal de Dolce, a casa de moda faturou pouco menos de 1,5 bilhão de euros em receitas globais em 2011.
O caso judicial é um dos poucos de evasão fiscal de alto padrão a vir à tona na Itália, onde as taxas de imposto sobre as empresas estão entre as mais altas do mundo.
"Os impostos estão subindo o tempo todo", disse o alfaiate Marco Daddio, de Nápoles, cujo olhar foi atraído pela incomum aparência da vitrine da Dolce & Gabbana nesta sexta-feira. "Se ninguém se rebela, o que vamos fazer?".
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