sábado, 26 de março de 2016

UMA VISÃO DIFERENCIADA DA POLÍTICA BRASILEIRA - ALEXANDRE SCHNEIDER

Recomendável, aprecie sem moderação e faça sua reflexão.

Em uma artigo publicado no dia 25 desse mês pelo colunista do Estadão Alexandre Schneider, por Carlos Melo e Rubens Glezer, respectivamente pesquisadores do Centro de Economia e Política do Setor Público da FGV, cientista político e professor do Insper e professor da FGV Direito de São Paulo, cujo o próprio título já nos sugere uma reflexão do atual momento político brasileiro.

O referente artigo nos arremete ao atual cenário político brasileiro caótico que se instalou nos últimos tempos com os escândalos de corrupção que vem sendo desenrolado no atual governo, sendo um dos principais, a Operação Lava Jato. No entanto os autores não foca só nessa problemática, mais, engloba todos os fatores que contribui ou contribuiu para o mesmo. É um texto que a meu ver, não se baseia como a maioria dos meios midiáticos brasileiros e até internacionais, puxando sardinha para um determinado grupo político, mas sim, aborda a política no contexto geral.

Os autores começam falando da atual frustração que toma conta da sociedade brasileira nos últimos tempos, e qualquer que seja a nossa vertente política, neste momento de tão grande polarização, é preciso reagir a isso, compreender a natureza dos problemas e propor saídas.

“A frustração tem diversas raízes. Uma delas se relaciona com o abismo entre o discurso da candidata Dilma e o Brasil real, o que certamente contribuiu para a corrosão da confiança dos brasileiros no governo e na presidente. Com efeito, o processo eleitoral de 2014 ultrapassou limites de civilidades e deixou feridas abertas no meio político; obstruiu as pontes necessárias em momentos de crise. A presidente Dilma está só. E muito menor do que saiu da urnas”.

O texto cujo título soa bem reflexivo, “O dia depois de amanhã”, ainda aborda um dos fatos reais sobre a queda da economia do país, que foi o fim do ciclo de ouro as commodities, ou seja, isso significa o país voltando à realidade, e os escândalos com a OLJ contribuiu para esse filme de terror que vive que vivemos no Brasil. A crise parece não ter saída, a população está eufórica e vai às ruas desde início do ano passado, o desemprego aumentaram, os brasileiros estão vivendo um retrocesso, estão voltando ao início da pobreza.

Outra problemática abordada no texto é a fragilidade do sistema político, os dois mais relevantes partidos PT e PSDB, que já estão no poder há mais de 20 anos, se mostram frágeis e fragmentados, com todo contexto até agora apresentando, estão perdendo a representatividade, a credibilidade e a importância política. “O primeiro, após 13 anos no poder, está destroçado pela exposição em horário nobre das entranhas de práticas políticas que, supunha-se, o PT seria capaz de superar”. “O segundo, o PSDB, após o governo de Fernando Henrique Cardoso, perdeu identidade gradativamente: abdicando da possibilidade de construir propostas para o País, preferindo definir-se tão somente pelo seu contrário, como um antípoda petista”.

PT e PSDB, sendo um mais voltando para os movimentos sociais e a ação do estado, e o outro, mais liberal, voltado para os setores mais dinâmicos da sociedade. Enquanto se dedicam a debate estéril, o sistema político brasileiro se fragmenta e entra em ruína, ao mesmo tempo que esses mesmo partidos também dividem toda uma sociedade, e como resaltam os autores, não surgiu atores políticos capazes de efetivamente substituí-los, tomando-lhes o eleitorado.

“Em resumo, há dois países que não se compreendem, se detratam, se ofendem e ao final, toda essa fúria significa nada, além de mais frustração e ressentimento. Incendiários, é claro, aproveitam-se disso. Mais o Brasil sensato, moderado, uno e acolhedor que somos, de fato, clamam por bombeiros”.

O texto aborda que é preciso abraçar a política, e não se afasta dela, que é hora de pensar no dia depois de amanhã, com ou sem Dilma, continuaremos a existir. O primeiro passo resaltado, é garantir que a OPL vá até o fim, varrendo tudo que houver de podre, se for o caso e havendo elementos, o pau que se deu Chico terá de dar em Francisco. Não há personagens de apenas um partido envolvido.  A OPL precisa ser esquadrinhada, e que todos os envolvidos em crimes sejam punidos exemplarmente. Entretanto, os autores resaltam que OPL não pode passar para a história dos país como um mero golpe contra um grupo político em particular, e nós, quanto sociedade não podemos, não iremos aceitar algo que pareça um acordo que indique punição seletiva.

“Outro ponto consiste em reestruturar a casa que hoje prece ruir. Uma reforma política, sobretudo da política, é urgente. Pelos vícios do atual sistema, não há como fazer essa reforma com o Congresso que temos hoje e que tende a se favorecer de novas regras que ele mesmo vier a estabelecer. A constituinte exclusiva para a reforma política, por mais polêmica que seja, faz-se necessária. Para esse fim seus membros devem ser novos e exclusivos; candidatos avulsos – desvinculados dos atuais partidos - , impedidos de disputar novos mandatos, teriam maiores condições de reorganizar o jogo sem advogar em causa própria”.

Com tudo isso, para os autores, espera-se uma recomposição do sistema político e a abertura de um diálogo em reformas futuras, realizadas por um congresso regular capaz de construir um pacto, que coloque o Estado dentro do PIB, que incorpore os mais pobres na sociedade, com democracia e transparência, que são os imperativos morais e políticos de qualquer sociedade. E finalizam o artigo, sugerindo um basta de política pequena e desavenças de grupos e visões tão sectárias e estreitas. “Fica a nossa crença na Política, a grande, nobre e imprescindível Política”.

Pegando carona nesse artigo, visto por mim como um texto que plausível a uma reflexão do cenário político do país, ao contrário da maioria dos meios midiáticos que tendem a puxar a favorecer um determinado grupo político, os autores simplesmente aborda a problemática, de fato, tal como ela é, ou seja um joguinho político partidário, ressaltando aqui o PT e o PSDB, um em busca da continuação do poder, sem condições alguma de permanecer no mesmo em tais condições, e o outro em busca da tomada do poder, passando por cima de quem quer que seja, até mesmo das leis que rege a constituição, e tão corrupto e sujo quanto o PT.

Concordo com tudo que foi abordado no texto, muito “brasileiro”, na criticam o país e outros até mudam para outros lugares do mundo para fugirem da crise e dos escândalos em que o país. Não tiro a razão deles, no entanto essa não seria a hora de fugir, mas, sim lutar por um país mais justo, igualitário e por uma política mais seria fazendo uma leitura crítica da situação e não partidária, mais pelo contrário, todos tendem a correr atrás do seu próprio rabo. E aí surgem alguns questionamentos:

Como haveremos ter políticos menos corruptos se todos só enxergam seu próprio umbigo? Como teremos uma sociedade unida pela melhoria do país, se o que vemos nas redes sociais, nas ruas e outros, e uma sociedade dividida com interesses próprios e não coletivos, cega, influenciada por atores que não querem melhoria do Brasil, mais sim, poder econômico e partidário? Como podemos ter uma população lutando pela melhoria de todo um sistema frágil, corrupto, racista, sexista, preconceituoso, se o que fazemos é espalhar ódio, e discórdia nas ruas e nas redes sociais, não aceitando opiniões contrárias, que ao invés de dialogarmos buscando uma união de ideias e opiniões, partimos para a pancadaria?

Como citado no texto, precisamos de uma reforma geral na política brasileira, é preciso uma eliminação massiva de toda a parte podre existente. São 20 anos de PT e PSDB no poder, e o que vemos são as mesmas ladainhas. Todos envolvidos em escândalos de corrupção, ambos estão fragmentados, frágeis, não aguentam mais segurar a barra, a população exige melhorias do mesmo, mais, no entanto, não têm mais nada a oferecer, há não ser o mesmo discurso político vazio se sempre.

Quantos cidadãos brasileiros precisamos abraçar a política, tentar entender todo o contexto, para podermos lutar pela melhoria do nosso país, e pela continuação da democracia e pelos direitos já conquistados. O que não podemos é no ato de insanidade e leigo pedir a volta de uma ditadura militar que durou décadas tirado liberdade de todo uma população de um país.

Veja o texto completo em:



Um comentário:

  1. Primeiro quero te parabenizar pela iniciativa deste espaço de reflexão. Isto posto, quero dizer que a análise da situação política vai mais além do que isso. Não creio que dois partidos apenas estejam envolvidos nesta calamidade. Há uma cumplicidade muito mais ampla e que os olhos da sociedade não conseguem ver.
    A questão em jogo tem sido como tirar o Brasil da atual crise econômica, pois a crise política deriva-se exatamente desta última. Á partir daí a oposição se oportuna para minar o governo e tenta ilegitimamente tomar o poder. Trocar figurinhas no entanto, á essa altura do campeonato não resolveria o problema. Seria o mesmo que mexer no time aos 40 minutos do segundo tempo. Esta válvula de escape ainda se torna menos eficaz para a saúde da democracia brasileira, quando os meios usados pelos supostos "ajudantes" ( partidos de oposição), ferem diretamente a Constituição. Outro fato relevante que precisa ser reconhecido para que se comece a resolução do problema é que, a corrupção agora vista, embora seletiva, é tão antiga quanto a história da humanidade e no Brasil isto não é uma exceção. Acreditarmos que o cenário e quadro político ai composto por Legislativo, Executivo e Judiciário poderá ser renovado completamente chega a ser utópico, muito embora fosse o ideal, mas uma vez que, parece muito difícil acontecer, parece nos que o caminho correto, seria seguirmos as vias do STF proibir o FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS. Afinal de contas, se eu invisto em algo é porque estou certo do meu retorno, no mínimo o valor investido, quando eu penso nos lucros, é claro, não vou querer pouca coisa. Esta velha prática é uma das principais causas dos escândalos de corrupção, mas ninguém pense que se elas deixassem de existir o problema da corrupção desapareceria automaticamente. No período da ditadura militar, tudo que foi construído por essas grandes construtoras não geraram propinas e mais propinas? Claro que sim, só que ao invés de irem parar nas contas bancárias de parlamentares corruptos iam parar nas contas dos generais, não sejamos tolos. No período do governo Tucano/PSDB nada era diferente, a não ser os valores finais de todo dinheiro comido pela corrupção em toda privataria tucana que muito excede ao escândalo do Mensalão Petista. Nesse quadro, as únicas vítimas somos nós que, não somos Ptralhas nem coxinhas e temos que assistir um escândalo fabricado pela mídia para favorecer um grupo político e atingir seus objetivos particulares. O grave ´neste contexto é que estão usando parte do Poder Judiciário e a letra da lei para irem contra a própria lei(Constituição). A nós, cabe esperarmos cenas dos próximos capítulos.

    Abração Jhon!

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